Tireoide e Gestação

Muitas mulheres com problemas na Tireoide tem dúvidas e preocupações de como será a gestação com essa disfunção hormonal.

A tireoide é responsável por regular órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. Uma disfunção na produção de seus hormônios, pode afetar a regularidade dos ciclos menstruais, a fertilidade, controle do peso, a memória, a concentração, o humor e o controle emocional.

O importante quando se tem a disfunção na tireoide é procurar um endocrinologista e fazer o tratamento recomendado pelo médico, em média após 3 meses a doença já estará controlada e a mulher apta a engravidar, sem risco aumentado de complicações, porém após a confirmação do teste de gravidez, em hipótese alguma o tratamento deve ser interrompido por conta própria, apesar de parecer uma doença simples de se controlar, os hormônios tireoidianos são peças-chave em nosso organismo para o seu bom funcionamento e a garantia de uma gestação tranquila.

Eu tenho hipotireoidismo, especificamente Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune, o corpo se volta contra si mesmo, formando anticorpos que atacam a glândula da tireoide diminuindo a produção dos hormônios, descobri o problema logo depois que casei em exames de rotina que costumo fazer anualmente, na época não tinha intenção de engravidar e sabia que com a doença controlada, eu viveria com ela sem maiores problemas.

Baixos níveis de hormônios tireoidianos , no caso Hipotireoidismo (caso mais comum entre as mulheres) podem causar problemas tanto para a mãe, como pré-eclâmpsia, parto prematuro, descolamento de placenta e hemorragia após o parto e para o bebê, como defeitos cardíacos, atraso mental, baixo Q.I e sofrimento fetal, por isso a importância de manter a doença controlada.

Já o processo inverso, em que a glândula da tireoide torna-se hiperativa, o metabolismo do corpo funciona mais rápido que o normal, podendo provocar aborto espontâneo e é preciso fazer um acompanhamento especial com o médico especialista.

Essas complicações ocorrem porque o  bebê necessita dos hormônios tireoidianos da mãe, fundamental para o seu desenvolvimento, principalmente neurológico, aproximadamente até a 12ª semana de gestação, tendo a dose do hormônio ajustada para este primeiro trimestre, as chances de complicações são praticamente iguais a de uma gestante sem a doença.

Uma dica é procurar um bom médico endocrinologista e de sua confiança, que trabalhe em conjunto com o ginecologista, como eu descobri a doença 5 anos antes de engravidar e já fazia o acompanhamento de rotina, sabia que quando eu recebesse um “positivo”, teria que marcar uma consulta de imediato para novos exames e ajuste da dosagem, fui assistida de perto durante toda a gestação por ambos especialistas (endocrinologista e ginecologista), essa parceria é fundamental, meus exames eram repetidos a cada três meses e não foi necessário ajustar a dose.

Uma outra preocupação também é se o bebê pode nascer com a doença, porém é importante ressaltar que bebês nascidos de mães com disfunção da tireoide poderão sofrer sequelas se a doença da mãe não for adequadamente controlada durante a gestação, o que difere de bebês que nascem com hipotireoidismo congênito, onde há uma deficiência na produção dos hormônios tireoidianos e se não detectado no nascimento pode causar retardo mental irreversível, com o exame do pezinho básico, obrigatório por lei, é possível saber se o bebê é portador da doença e com o diagnóstico precoce as chances de sucesso no tratamento são muito satisfatórias.

Neste ano, entre os dias 21 de Maio a 27 de Maio comemora-se a Semana Internacional da Tireoide, o tema para 2018 é Mitos e Verdades sobre a Glândula Tireoide. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) está organizando diversas ações para mobilização e conscientização para marcar o Dia Internacional da Tireoide – 25 de Maio.

O folheto explicativo e o vídeo abaixo são do site da SBEM.

 

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