Porque larguei a carreira profissional depois da maternidade? Parte 1

Eu já contei aqui no blog que carreira sempre foi minha prioridade! Foram anos de dedicação, aquele tipo de funcionária que estava sempre preocupada em entregar tudo no prazo, em não errar, em se atualizar e se qualificar da melhor maneira.

Sempre fui ambiciosa, porém competência estava acima de tudo, mas nunca deixei o status de lado, passei por 7 empresas durante os 17 anos em que fui funcionária, mas no mundo corporativo não há regras e nem garantias de que qualificação e dedicação são resultados de reconhecimento e promoções.

Isso é tão verdade que em uma destas empresas que passei, fiquei por 5 anos, suei a camisa!!!, era do ramo alimentício, não sosseguei até conseguir trabalhar em uma empresa deste ramo, era o meu sonho, fiz amizades maravilhosas que até hoje tenho contato, masssss após uma grande mudança de estrutura, fui em busca de novas oportunidades, frustrada, mas fui e nesta nova e próxima “oportunidade” que apareceu permaneci por apenas 8 meses.

Até que em Maio de 2011 fui contratada pela sétima e última empresa em que trabalhei, recebi tantos elogios pelo farto currículo, tive a impressão que enfim, talvez fosse o lugar em que eu me realizaria profissionalmente, durante as etapas do processo seletivo havia um grande interesse em meu crescimento hierárquico, faziam questão de deixar isso bem claro pra mim, porém haviam algumas ressalvas:

– “pretende engravidar logo?”

– “você tem grandes chances de ser promovida aqui dentro, porém com filhos isso não será possível.”

– “converse com o seu marido sobre a nossa proposta, pois aqui todo dia, é dia de trabalho, inclusive aos finais de semana.”

Só de pensar que dispensei outras duas empresas para aceitar trabalhar nesta! Enfim, para quem estava desempregada e com tantas promessas, você jamais vai desconfiar de algo errado, não é mesmo? Acabei não dando muita atenção para as tais ressalvas.

Iniciei o meu trabalho decidida como sempre a dar toda dedicação do mundo em mais um novo ciclo profissional, nada mudaria, seria com o mesmo empenho de sempre, mas ali tinha algo diferente, tudo era extremamente exagerado, não sei ao certo definir em palavras, mas era como se sua vida tivesse que ser vivida dentro daquelas paredes, depois você poderia pensar em algo para si ou para a família.

Alguns meses se passaram e o desejo por um filho tomou conta de mim, absurdamente, eu queria muito e decidi que carreira nenhuma faria eu adiar o sonho da maternidade.

No post Como desejei que estivesse aqui eu conto sobre as tentativas de engravidar, era final do ano de 2011.

A vontade pela carreira promissora foi ficando de lado, cada dia, a cada mês, já não fazia tanto sentido, coloquei o pé no freio e já não fazia questão de realizar as tarefas com tanta dedicação, eu priorizava muito mais o tempo com o meu marido e em minha casa, mesmo assim, diversas novas tarefas e projetos eram confiados a mim, apesar de não ser mais tanta uma prioridade na vida, eu sempre fiz questão de realizar o meu trabalho de maneira excepcional, não fazia nada mal feito por insatisfação.

E ao longo dos meses de tentativas, as ressalvas continuaram:

– “olha! não vai engravidar, hein?”

– “como você vai assumir o lugar da sua gerente com um filho para cuidar?”

Confesso que se eu tivesse condições financeiras para ficar em casa para não ter que ouvir isso e ainda tornar as minhas tentativas menos cansativas e mais tranquilas, eu ficaria, sem dúvida! mas isso não era uma opção, estava fora de cogitação, estavámos no meio da troca de apartamento, imaginem a fortuna para montar um apartamento novo!

Tudo foi se tornando cansativo e insatisfatório pra mim, porém procurar outro emprego não estava em meus planos, quando fui contratada por esta empresa prometi que iria parar com essa ansiedade de querer sempre mais e esperaria com calma as coisas possivelmente mudarem.

Continua no próximo post…

Deixe seu comentário!