A maioria dos pais temem quando se trata de dar maior independência aos filhos, em como fazer isso, aqui em casa foi diferente, ela chegou sem aviso, eu tive que aprender a lidar com tanta independência e demorei para aceitar!
Percebi que em algumas situações eu não estava preparada para ouvir “eu faço sozinha”, algo tão normal para a Rafaela.
Até que um dia uma situação me fez refletir melhor, em um simples ato de lavar as mãos, Rafa queria sozinha colocar o sabonete em suas mãos, eu disse que ela ainda não sabia fazer aquilo e na pressa lavei suas mãos rapidamente, ela chorou muito, claro! Isso a chateou tanto que neste dia ela não ficou bem na escola, na saída a professora me chamou para me alertar que ela passou quase o tempo todo com uma das mãos fechada e não queria abrir para nada. Chegando em casa conversamos, perguntei sobre o que ela tinha nas mãos, a resposta foi “um segredo”, com calma fui fazendo brincadeiras e mostrando que adoraria ver o que tinha na mãozinha dela, bom…não tinha nada!
Foi quando eu percebi que estava praticamente “travando” uma oportunidade maravilhosa dela enriquecer cada vez mais a sua autonomia e independência, é aí que devemos estar preparados para incentivar a situação e trabalhar cada vez mais esta autonomia nos filhos, acreditando que são capazes de fazer.
É corriqueiro e normal por parte dos pais esse impedimento, nossa cultura acolhedora não nos prepara para ouvirmos o tal “eu faço sozinho”, a preocupação de que se machuquem ou por comodidade para concluirmos algo mais rápido, podem atrasar esse processo de aprendizado tão importante para os filhos.
Hoje a Rafa no auge dos seus 4 anos e meio quase, faz muita coisa sozinha, acho bem acentuada essa independência, vejo muito desta característica minha nela, sempre fui muito independente, o tempo todo ela quer me ajudar, já guarda suas meias, calcinhas, sapatos, em algumas ocasiões deixo escovar os dentes sozinha, se calçar e me ajudar com tarefas de casa como colocar a roupa suja dentro da máquina de lavar, porém não recolhe os brinquedos, estou trabalhando isso com ela aos poucos.
Se sinto falta do meu bebê? Se ainda me assusto com uma pessoinha deste tamanho a todo momento precisando cada vez menos de mim? Sim!!! É estranho não precisar dar comida, escolher o look do dia sem sua aprovação, mas tudo é lição, as fases vão chegando e sabemos que cada uma exige um novo aprendizado, não é mesmo?
Procure observar o que o seu filho gosta de fazer sozinho e incentive cada vez mais essas habilidades, sempre no seu ritmo, dando a chance de errar, falhar, experimentar novamente e oferecer ajuda caso a criança desista de continuar, o resultado disso tudo só renderá frutos na vida adulta, favorecendo a autoestima e a capacidade de lidar com as frustrações.