Há quem diga que desfraldar é só esperar a criança estar preparada, pois acho que não é bem assim! Outros fatores devem ser considerados para esse passo tão importante na vida da criança.

Claro as crianças dão alguns sinais de que já estão entendendo que xixi e cocô vão além da fralda, elas começam a conhecer essa necessidade física.

Pensando assim, você vê seu filho se escondendo em um cantinho na hora do cocô, ele fica parado olhando para os lados quando sente que fez xixi na fralda e pensa:  “puxa acho que ele está preparado para o desfralde”. Se já não bastasse a insegurança que esse momento causa, junto com os sinais, vêm os comentários “nossa! mas não está na hora de desfraldar essa criança”, “nossa! ainda usa fralda!”. Aí já começa aquele monte de minhocas na cabeça e é com um sinal aqui e outro lá que achamos que nosso filho está preparadíssimo para assumir uma tarefa até então totalmente desconhecida por ele.

Estou preparando um post só com dicas para o desfralde, mas nesse post quero contar como foi o desfralde da Rafa e deixar como referência para muitas famílias que estão iniciando esse processo, esta é uma fase que querendo ou não causa aflição em muitos pais, pois não sabemos o que vem pela frente.

A Rafaela já estava com 2 anos e 8 meses, quase todos os amiguinhos da turma da escola estavam desfraldados. Ela até dava alguns sinais de que estava entendendo este processo, mas nada considerável para iniciarmos o desfralde . Faltava 1 mês para o fim do ano letivo e eu gostaria muito que o processo se iniciasse durante as aulas, pois a escola costuma ajudar muito nesta parceria.

Um dia chegamos da escola e durante o banho, ela disse “o xixi saiu”, resolvi comentar com a professora, não sei se eu dei a entender que gostaria de começar o desfralde, mas marcaram uma reunião na escola para discutirmos sobre o assunto e ficou combinado o início do processo para o dia seguinte.

Bom, o resultado? Errei, chorei, pensei em desistir!

O primeiro erro, foi eu não ter me planejado, é verdade, não basta achar que só a criança está preparada, os envolvidos também devem estar, se não o processo acaba sendo uma tortura.

O segundo erro foi começar próximo a um feriado, foi apenas um dia de desfralde na escola e seriam 4 dias em casa, geralmente feriados e fim de semana saímos da rotina e seguido de uma mudança tão importante assim, pode confundir a criança, deixá-la irritada, a Rafaela ficou bem irritada durante os 3 dias posteriores ao desfralde.

Bom, mas falando do bendito em si, né? A primeira tentativa foi no penico, eu achando que ela ia adorar, mas ela ficava alguns segundos sentada e depois levantava. Sugeria levarmos brinquedos e livros para o banheiro, minha intenção era distraí-la e quem sabe viria um primeiro xixi no penico. Nada!

Foram 9 dias só de escapes. Acho que foi um xixi ou outro no penico, nada para comemorar, na escola também, só escapes. Recorri as amigas mães para tentar entender se era assim, se eu estava fazendo algo errado. Como eu disse fui pega um pouco de “surpresa”, não me preparei.

Uma amiga sugeriu o redutor de assento, não botei fé, eu achava que penico era tudo, mas comprei um. Gente!!!!! Como não pensei nisso antes!!!! No mesmo dia em que comprei o santo assento, ela fez xixi no vaso!!!

Três dias depois de uso do assento, não existia mais escapes. Lógico que um ou outro aconteceu, mas nada comparado ao começo, onde minha casa foi tomada por xixi e cocô. Lembro de lavar algumas calcinhas na mão por não ter mais nada na gaveta.

Mas no fim deu tudo certo, conforme os dias foram passando eu fui entrando nessa rotina, isso se tornou parte do processo diário de cuidados, se preocupar com as idas ao banheiro. Como eu disse no começo estou preparando um post só com dicas, o que deu certo ou não com a Rafaela, porque falar tudo aqui ficaria extenso demais para ler.

E só concluindo, após 2 meses definitivamente considerei a Rafaela desfraldada da fralda diurna. Eu juro que adoraria ter uma história linda pra contar para vocês, mas comigo não foi assim, rsrsrs…..

Na maternidade temos a impressão de que só nós não nos planejamos, não estudamos as fases do nosso filho e vem aquela sensação de incompetência. A verdade é que é praticamente impossível tudo sair certinho.

Como eu disse no início, não basta somente a criança estar preparada. Leia, pesquise sobre o assunto, é importante, mas nenhuma literatura conhece seu filho e nem a sua família, portanto inicie o processo de desfralde na certeza de que todos estão preparados e em um momento propício.

Ahhhh e o desfralde noturno? Não me planejei!!! Rsrsrs…. ou melhor, NUNCA me preocupei com ele, recebi alguns conselhos para o desfralde noturno, não que eu não quisesse, é bom receber e dar conselhos, mas em algumas situações você sente que nenhum deles se encaixa ao seu filho e é nessas horas que temos que tomar cuidado com ações precipitadas.

Sempre tive a sensação que o desfralde noturno seria natural, depois da experiência com o diurno, eu pensava que uma hora ou outra a Rafaela iria entender mais essa fase. E foi o que exatamente aconteceu, as fraldas secas da noite eram cada vez mais constantes, porém haviam intervalos, 1 semana de fralda seca e 2 dias com xixi, mas foi dessa maneira que de repente ela sozinha começou a acordar na madrugada pedindo para ir ao banheiro, depois de um mês nessse ritmo, deixei de colocar a fralda norturna, com 3 anos e 6 meses. E fim das fraldas!